quinta-feira, 30 de novembro de 2006


Eu estava lá!

A reacção, ao facto de eu estar em casa com os meus filhos, foi invariavelmente negativa. Já nem me recordo de quantas vezes ouvi comentários do género: -Se fosse eu já estava com uma depressão! (Como se os empregos não causassem depressões!) ou: - Se fosse eu andava frustradíssima! (Como se os empregos não frustrassem!), ou ainda: - Não te aborreces? Deve ser muito monótono! (como se os empregos fossem todos emocionantes!).
Surpreendentemente ficar com os filhos pode ser um verdadeiro desafio; as perguntas inesperadas que me fazem, as conclusões a que chegam sozinhos, os pensamentos que elaboram deixam-me frequentemente perplexa, desafiam a minha imaginação e obrigam-me a reflectir. Monótono?! Os meus filhos são, simplesmente, muito mais interessantes do que a maior parte das pessoas!
Acompanhar e participar do crescimento dos meus filhos tem sido o meu grande privilégio. Numa semana vi a Letícia (a artista plástica da família), passar do desenho abstracto para o figurativo! Não foi a educadora que viu, não foi outra pessoa que me contou, eu estava lá!