sábado, 6 de janeiro de 2007

Ainda o NATAL…

Nestes primeiros dias do ano, vou encontrando pessoas com quem ainda não estive desde o Natal e da minha parte ou da outra, lá vem a pergunta: -Então e esse Natal? Correu bem? Invariavelmente respondo que sim, correu bem, ainda que as crianças estivessem um pouco constipadas. Nessa altura, como se eu lhes tivesse dado a dica perfeita, respondem-me: -“Ah, o Natal é bom é para eles! As crianças é que vivem o Natal, para mim já não tem graça nenhuma!”. Tenho ouvido isto inúmeras vezes, o que me deixou a pensar.
Desde criança que eu adoro o Natal. Primeiro pela magia; acreditei no Pai-Natal ao ponto de me convencer que o vira a sobrevoar um pinheiral, que existia na época, perto da casa dos meus pais. Depois, porque o Natal se tornou a festa da família, os meus tios que viviam noutra cidade vinham juntar-se a nós e era a festa mais numerosa e animada do ano.
Porém, também eu neste Natal senti que alguma coisa me faltava. Logo no dia seguinte eu soube o que era, e em conversa com o meu marido disse-lhe e ele concordou. Faltou-nos a dimensão religiosa, espiritual da celebração. O Natal tornou-se numa festa familiar, 100% materialista. Preparamo-nos para o Natal apenas no plano físico; compramos presentes, fazemos a decoração, cozinhamos os doces todavia esquecemo-nos de preparar o Natal em nossos corações. O advento tem que ser vivido interiormente, através da reflexão, meditação e porque não? Oração, sim. Algures, na nossa passagem de sociedade carenciada (ditadura fascista) para materialista (democracia) esquecemos o espiritual e ficou o VAZIO. Daí o desabafo unânime das pessoas: “O Natal para mim perdeu a graça! “, como não, se não estamos em Graça?!
Resta-me um ano, para pensar o que fazer a fim de reverter a situação cá em casa, pois não quero que os meus filhos cresçam no desencanto do Natal. Desejo, mais que tudo, que em seus corações Jesus nasça cada ano e lhes traga paz e amor.