domingo, 7 de outubro de 2007

O génio da garrafa


(imagem aqui)
A minha mãe contou-me que a filha de uma vizinha dela abandonou o marido; cansou-se das agressões constantes e fugiu de casa. Deixou as duas filhas pré-adolescentes, deixou todos os seus bens e desapareceu para parte incerta. Embora não consiga compreender como se deixam filhos para trás, compreendo o desespero desta mulher. O marido diz que a mulher foi passar umas férias a França, a casa do irmão. Claro que o machista covarde não conseguiria aguentar a vergonha de afirmar que foi abandonado. Certamente nem para ele consegue colocar a situação nessas palavras. A família dela sabe onde ela está mas guarda segredo. A família dele desculpa-o, afinal ele é bom rapaz, só quando bebe é que perde o controle…a culpa é da bebida!

Já ouvi muitas vezes atribuir responsabilidades ao álcool, como se de dentro da garrafa saí-se uma entidade independente que absorvida torna o bebedor numa marioneta dos seus caprichos; uns ficam palhaços e fazem rir, outros ficam violentos e fazem chorar! Ora façam-me o favor!

Que pena as pessoas não terem consciência de que são as únicas responsáveis pelos seus actos, de que de facto são marionetas, mas dos seus vícios!
Que lamentável desperdício de tempo. Ora façam-me o favor!