segunda-feira, 7 de abril de 2008

Fã de marcas


(Imagem de Getty Images)

Antes de eu nascer, a minha mãe mandou fazer o meu enxoval todo a uma costureira; ainda hoje ela e as minhas tias falam das peças únicas, feitas com os tecidos mais finos, enfeitadas com delicadas fitas de seda, rendas e bordados. Durante toda a minha infância a roupa que eu as minhas irmãs vestimos foi feita por costureiras, até que estas começaram a desaparecer (preferiam ser empregadas têxtil) e nós começamos a reclamar roupas que víamos no pronto-a-vestir. As marcas não nos diziam nada.
Antes de ser fã de marcas, sou fã de bons tecidos e de cortes bem feitos; a marca diz-me muito pouco e acho que, na maior parte dos casos, não vale o preço que se paga. Claro que, para muitas pessoas as marcas dão status e isso justifica o preço.
É cada vez mais frequente encontrar pessoas com looks completos de uma só marca ou a mistura de várias marcas de costureiros famosos; obviamente, com a exibição dos respectivos logótipos nas roupas e malas, muitas vezes a strass ou lantejoulas, o todo não primando pela descrição! Então nas malas tenho visto autênticas irmandades, uma espécie de epidemia tem sucedido a outra, a da Louis Vuitton, da Burberry e agora a Tous.
Dizem os psicólogos (nem acho que fosse descoberta deles!) que as pessoas mais susceptíveis de sucumbir à febre das marcas são inseguras, com necessidade de valorização. E dia para dia, eu vejo o número crescente de “inseguros” que agora levam também os filhos para essas lojas exclusivas e de lá saem completamente “upgraded”, sem duvida, muito mais valiosos do que antes!
Da minha experiência vejo que as crianças ficam muito mais contentes com t-shirts da Minnie (pode ser em strass!) e sweat-shirts dos Pokemon do que com uma camisola ostentando um logo que nada lhes diz!

Eu até gosto imenso de moda, até tenho marcas, mas creio que esta excessiva importância da roupa é apenas mais um reflexo da nossa sociedade fútil e superficial. E tudo o que é demais….

Tenha uma boa semana!