segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Presentes, presentes e presentes!

(Getty Images)
Nada como os dias de verão para fazer piqueniques, churrascos e festas, tipo …casamentos. Nós já passamos essa fase, familiares e amigos da nossa geração estão casados e arrumados, estamos agora na fase dos baptizados e primeira-comunhões. A sério, vamos falar de presentes. Sei, é um assunto delicado mas não me tem saído da cabeça nestas últimas duas semanas. Pensar na roupa que vou levar é um detalhe que resolvo facilmente, agora que presente vamos oferecer, já é outra história.
Presente de casamento é muito fácil (benditas listas!), de baptizado já dá que pensar um pouco; depende do sexo da criança, se for menina é muito mais fácil, uns brincos ou um fio em ouro, algo que ela vai apreciar mais tarde. De primeira-comunhão podemos sempre perguntar directamente algumas sugestões à pessoinha em questão.
Por fim, resta-nos sempre o “envelope”, a alternativa mais despersonalizada e desprovida de originalidade possível. O último recurso, do qual por vezes não conseguimos escapar. Contudo, também aí também se coloca a dúvida: How much?!

Recentemente tivemos um baptizado e comentando com outra convidada (familiar) sobre o presente a oferecer, o meu marido ficou perplexo. Estávamos em igualdade de circunstâncias: dois casais com duas crianças cada, com o mesmo grau de parentesco dos nossos anfitriões. Simplesmente nós tínhamos pensado colocar no envelope a mais 50% do que os nossos congéneres. Ao exprimir espanto mediante esta discrepância, o meu marido argumentou com o local onde o almoço se realizaria, o restaurante de um hotel 4estrelas. A resposta recebida foi sucinta: Ah, isso já não é connosco.

Quando conhecemos o local das festas já fazemos uma estimativa do preço e na hora do presente temos isso em consideração; contudo, há quem ache o local irrelevante, que isso é da responsabilidade de quem faz a festa. Será que é?!

O local da festa, para nós, conta, além de outros critérios, como por exemplo a intimidade com a pessoa; sei lá…ilumine-me com a sua opinião.

Tenha uma óptima semana!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

C’est trés JOLIE!

Certo dia os meus sobrinhos viam “Mr &Mrs Smith”, e apenas por curiosidade fiquei alguns minutos a ver o filme com eles. Perguntei-me porquê o Brad Pitt tinha feito aquele filme; era o tipo foleiro da Angelina Jolie, cujo desempenho aliás eu nunca tinha visto até ao fim em qualquer filme, mas não do Mr Pitt!
Parece que foi nesse filme que os dois se apaixonaram; e porque coincidências não existem, antes faz tudo parte de um “grande plano”, talvez “Mr & Mrs Smith” tenha tido o objectivo de juntar essa dupla. O facto é que os dois actores se têm empenhado em grandes causas humanitárias, levando muitas vezes a esperança onde já não resta mais nada.
Há dias li uma entrevista da Angelina Jolie à “Marie Claire” que me surpreendeu bastante pela positiva; quando a entrevistadora lhe perguntou se compreendia a frustração que “nós, pessoas normais” sentíamos por apenas podermos dar dinheiro às ONG’s para fazer avançar as coisas, esta foi a resposta:
- …não se trata apenas de ter montes de dinheiro, nem de viajar para arranjar as coisas. Já é muito educar as crianças o melhor que se pode, tentar ser uma boa mãe, uma amiga atenta…ser uma pessoa de bem no quotidiano. É já muito e talvez ainda mais difícil porque ninguém repara nestas coisas. Alguns enviam 5$ por mês a crianças de países estrangeiros e ninguém os felicita. No entanto, isto representa uma soma importante para eles. Estas pessoas têm muito mais mérito do que eu. “
Brilhante, não é? Eu acho.

É verdade que muitas pessoas se lamentam por não poderem ajudar aqueles que estão longe, no entanto quando lhes batem à porta pedindo auxílio, nada fazem. Seria necessário que a pessoa se apresentasse esquelética, com o ventre proeminente ao mendigar pão. Há sempre quem ajudar perto de nós, basta acreditar e ficar atento.

O título da entrevista é “Dar faz-me feliz” e embora eu concorde 100% com esta afirmação constato que regra geral as pessoas só se sentem felizes quando recebem. Ninguém pode ser feliz dependendo somente de receber. Um belo dia isso acaba. “Quem nada dá, nada recebe”, é aquela velha história da bola azul do Einstein, sabe?

O curioso de tudo isso é que também na vida da actriz os papéis que ela passou a desempenhar melhoraram imenso; será que ela começou a ser mais criteriosa nas escolhas dos guiões ou “subitamente” personagens interessantes e profundas lhe começaram o ser oferecidas?!
Hummm…muito interessante e enigmática esta relação "dar-receber", não é?

Tenha uma boa semana!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Namoro violento


(Imagem aqui)

Hoje acordei novamente, de madrugada, com um casal de namorados a discutir na rua; o mesmo par de ontem, mas desta vez a discussão foi ainda mais violenta. Acho que no final da rua eles pegaram-se à porrada, como eu já temia pelo tom dos insultos. Foi uma cena muito rápida e eles desapareceram logo de seguida.
Fiquei a pensar nos últimos dados de violência doméstica, que surpreendentemente já começa durante o namoro. Os números estão a aumentar aí também. O que leva alguém que discute, insulta, agride, a ficar junto?!

Recordo que no meu primeiro emprego, conversava com duas colegas sobre a violência doméstica e eu afirmava categoricamente que jamais deixaria que tal acontecesse comigo, quando o meu chefe entrou. Ele estava quase a reformar-se, falava muito pouco e era reservado nos temas. Por isso foi ainda mais surpreendente quando ele se intrometeu na conversa e disse:
-Você não compreende, Fernanda, ainda é muito nova! Tenho uma sobrinha, inteligente, independente financeiramente que vive um casamento infernal; tem tudo a ver com sexo! E continuou a remexer nos papéis. Eu calei-me, estupefacta com a revelação e crente de que realmente ainda era muito inexperiente para compreender certos dramas.

Muitos anos passaram desde aí, já não sou aquela jovem “muito nova” e continuo sem compreender porque mulheres aceitam ser humilhadas e agredidas. Agora, realmente não acredito que seja devido ao sexo, aliás acho essa explicação absolutamente yang. As mulheres pensam, analisam, escrutinam muito, já sabemos, para os homens é sempre muito mais simples, por isso eu tenho um rol de explicações para justificar a violência doméstica, sem saber exactamente qual a certa. Mas…sexo?! Não acredito mesmo! Tenho para mim que a explicação está na família de origem; no tipo de casamento dos pais, no tipo de educação, no amor que se recebe. Quem vem de uma família feliz, com auto-estima elevada, vai querer reproduzir o modelo. O pior é quando acontece o contrário, fica muito difícil cortar ciclos, é mais fácil perpetuá-los.
E você, tem alguma teoria?

Boa semana a quem passa...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Viajando na brisa marítima


Eu já disse que não gosto de férias de praia, não já? Pois é, não gosto mesmo, ficar deitada na areia dia após dia, enxergando um mar de gente ou o próprio mar, dá-me uma canseira que só me faz desejar voltar ao trabalho! Porém, férias para as crianças tem que ter praia, e as minhas crianças não são excepção. Portanto, lá fomos, contra ventos e marés, ou seja, apesar dos raios ultravioletas altíssimos e água do mar poluída, para ficar na praia umas 3 horas diárias (para evitar os ditos raios!), isso na melhor das hipóteses, porque praia no Norte traz direito a Nortada (vento frio, brrrr…) e água gelada. Claro que isto sou a eu, porque tenho má vontade, pois as crianças acham que todos os dias estão óptimos para a praia (apesar da neblina!) e nunca, jamais querem sair da água, apesar dos lábios roxos e pele arrepiada!

De qualquer maneira, eu sou aquela que nunca faz apenas uma coisa de cada vez; imagine, se eu consigo, simultaneamente, falar ao telefone, fazer as camas, regar plantas e responder a emails, ficar na areia completamente parada é pedir demais! Valem-me os meus companheiros fiéis, que me levam para outros sítios, bastante diferentes ou não, contando-me histórias insólitas ou banais, e embora o meu corpo esteja na praia, a minha mente vagueia por outras paragens. Sim, são os meus queridos livros!
E de uma assentada, consegui ler “ Sapatos de Rebuçado” de Joanne Harris, uma espécie de parte II do ”Chocolate”, e embora tenha gostado não elegeria como o melhor livro que li da autora (esse seria “Cinco quartos de laranja). Contudo, queria destacar duas frases que me fizeram remoer:
“Mostrem-me uma mãe e mostro-vos uma mentirosa” – à partida senti-me injustiçada, pois sou sempre muitíssimo honesta com as crianças, prefiro que eles chorem a enganá-los, mas em questões de morte e segurança, sou mais maleável, não hesitando em proferir promessas que não tenho a certeza de poder cumprir, ou mesmo irreais, tipo: não permitirei que nada te mal de aconteça! Ou – Não, eu não vou morrer! Bem, parece que esta mãe também diz algumas mentiras….
Outra: “ uma mulher depois de ser mãe, vive no medo”: Bingo novamente! Depois da maternidade a minha convivência com o medo é diária; medo que caiam e se magoem, medo de que alguém os maltrate, medo disto de daquilo. Quando não estão comigo tenho medo, porque não sei o que está a acontecer com eles. Quando estão comigo, só não tenho medo quando estão tranquilamente a dormir. E ainda assim, vou lá certificar-me que respiram normalmente. Pronto, confessei!

De seguida, o “Gazeteando”, da queridíssima amiga blogueira Maria Luíza Ramos, que teve a gentileza de me enviar a compilação das crónicas, escritas ao longo de 30 anos para o jornal de Alegrete, sua terra natal. A Maria Luíza evoca com nostalgia momentos felizes, de pessoas queridas que já partiram, de um tempo em que os valores como educação e respeito eram regra, não excepção, como hoje. Através destas crónicas aprendi imenso sobre a cultura e sociedade brasileiras e sobre a própria Maria Luíza, uma pessoa com preocupações políticas, sociais, ambientais, enfim, uma pessoa com uma faceta humanista excepcional. Para além de tudo isto, ela escreve muitíssimo bem, com uma perspicácia e sentido de humor que me prendem verdadeiramente. Portanto, se ainda não conhece o simplesmente Maria, vá lá fazer uma visita, que vale a pena.

Parece que “Daisy Miller” , de Henry James é a obra mais conhecida do autor, porém não foi por isso que a escolhi, simplesmente estava à mão. A história de uma jovem, coerente e pura, que não alinhou nas convenções da época e claro, pagou um preço alto por isso.

Não tencionava ler “A rapariga que roubava livros”, de Markus Zusak, (o meu velho preconceito contra livros do Top de vendas!) contudo na biblioteca não havia novidades, excepto este. Gostei da história, mas não gostei da escrita; eu explico, gostei de ler sobre alemães que não se identificaram com o regime nazi, que de alguma forma lhe fizeram oposição, para variar. Não gostei das promessas constantes do narrador, em contar mais adiante sobre um assunto e outro. Aconteceu vezes demais para me lembrar se realmente esses pontos foram esclarecidos. Achei irritante. Não pensei que a Morte fosse tão tagarela e divagativa…acho que sempre pensei na Morte mais silenciosa e assertiva.

Bom, e estas leituras fizeram-me recordar que estou em falta com a Geo (- perdão, amiga!) mas desta vez, vai! Ou melhor, foi! Já preenchi o inquérito e enviei, sobre “A menina que não queria falar” de Torey Hayden, outra leitura de praia. Se quiser saber a minha opinião sobre o livro (que ainda não está lá, mas estará...) passe pelo “Elas estão lendo”, um espaço dedicado à leitura, onde poderá encontrar dicas óptimas e até trocar ideias.

Tenha uma boa semana!