segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia do agricultor

(Imagem daqui)

É hoje e eu nem sabia que existia, mas também, pergunto: alguém sabe disso?

O grande problema do nosso país foi desde sempre não produzir; quem o diz é o prof. Hermano Saraiva e creio que está certíssimo. Agora agrava-se ainda mais. A nossa agricultura não existe, a nossa indústria morre todos os dias, a nossa frota pesqueira é praticamente invisível. Comemos os frutos e cereais franceses, o peixe espanhol, a carne inglesa, e vestimos a roupa feita na China, Coreia, Índia e por aí fora.
Estamos a ficar dependentes de países que entraram no nosso mercado com preços competitivos e “arrumaram” com os produtores nacionais. Tiveram também a ajuda dos nossos Governantes, que pagaram para que pés de videira e oliveiras fossem arrancadas. Que multaram os produtores de leite, por produzirem leite demais.

Um belo dia, quando a velha geração de agricultores, últimos resistentes, partir, ninguém saberá como pegar na enxada, como fazer a poda das vinhas, como transformar as azeitonas em azeite e as uvas em vinho. Ninguém saberá como tecer uma peça de pano, cortá-la e costurar uma camisa. Não vai restar ninguém que saiba atirar as redes e em que local do mar, para pescar peixe. Nesse dia, os nossos fornecedores estrangeiros, a preços incrivelmente baixos mudarão os preços nas etiquetas e nós pagaremos o que eles quiserem. Pagaremos caro. Aliás, já estamos a pagar caro.

Hoje é dia do agricultor, do homem que trabalha a terra, que semeia e planta; que rega, aduba e poda. Que faz nascer frutos e vegetais. Para nós comermos. A vida do agricultor é dura, sem horários, sem fim-de-semana. O corpo do agricultor molha-se com a chuva, enruga-se com o sol, arrepia-se com o frio. E no final do mês falta o dinheiro e sobram preocupações. Sempre.

Hoje é dia do agricultor e eu vou ao mercado. Vou comprar a quem produz. E para a semana também.

Tenha uma óptima semana!