segunda-feira, 29 de março de 2010

"Mãe... e muito mais" na Televisão

É certo que não uso pseudónimo na blogosfera, tenho porém desde o início sido bastante reservada em relação a mim e à minha família. Portanto, pode até parecer incoerente que pretendendo manter sigilosa as minhas informações pessoais venha agora quebrar esse código de conduta e expor-me num programa televisivo, de um canal nacional.

Efectivamente, de inicio a minha resposta ao convite da jornalista foi negativa. Sou uma pessoa reservada e não me imaginava na televisão, a expor-me e à minha família.
Contudo, fui persuadida pelo meu marido, com os meus próprios argumentos; eu tinha criado este blogue, para de certa forma assumir que “mãe-a-tempo-inteiro” pode proporcionar felicidade e partilhar a minha forma de estar e ver o mundo, que vai muito para além da ideia comum sobre a dona-de-casa convencional.

Na minha ida à tv, poderia alargar esta minha mensagem a pessoas que não têm acesso à blogosfera, e a outras que têm, com certeza. Poderia, talvez, dar uma “injecção” de esperança e confiança a mulheres na minha situação. Pode parecer presunção, mas cansei-me de ouvir testemunhos de mães-a-tempo-inteiro, ou donas-de-casa, amargas, arrependidas e tristes. Eu pretendia “sacudir” essa ideia estereotipada.

Por conseguinte, aceitei o desafio, e confesso-vos, foi necessária muita coragem… ia-me dizendo (até segundos antes de entrar no ar) que a vida passa muito depressa e que devemos aproveitar todos os desafios interessantes que nos fazem crescer.

Entretanto, assisti Às Tardes da Júlia numa gravação,glup, glup, revi-me nas palavras, mas não na imagem; decididamente a minha maquilhagem diária dá-me a naturalidade que me pertence, ao contrário daqueles cílios de travesti!
Portanto, por uma única vez, esta sou eu, realmente…
- Fernanda. Muito prazer!

Aos meus novos leitores (que comentaram no post anterior), aviso que costumo retribuir visitas, porém o meu sistema de comentários não permite entrada directa nos blogues dos comentadores. No caso de desejarem, deixem p.f. os vossos links nos próprios comentários ;)

Agradecimentos:
À jornalista Carla Ferreira, à repórter Rita Fão e ao camera Bruno, por terem compreendido a mensagem que eu pretendia transmitir.
À psicóloga Cláudia Morais, por ter resumido e enfatizado (em  sublime sintonia), com um excelente discurso, o que eu não tive oportunidade de dizer, por falta de tempo.
À Júlia Pinheiro, por ter conduzido a entrevista de forma a que eu pudesse veicular as ideias fundamentais que motivaram a minha presença.
A todos que assistiram ao programa e gentilmente se manifestaram, por diversos meios.

Tenha uma boa semana…e lembre-se: não deixe escapar desafios ;)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Jardim portátil

No aniversário das professoras os meus filhotes fazem sempre questão de lhes oferecer  alguma coisa, nem que seja uma simples flor, como já aconteceu. Desta vez foi a professora do Duarte, que segundo ele, lhes disse: - Não quero presentes comprados!

Foi o mote para que eu e o Duarte nos dedicássemos à jardinagem. Micro-jardinagem, para ser mais exacta.
Há montes de tempo, vi no That artist woman, um blogue fantástico, jardins em miniatura e desde logo o anotei mentalmente, para fazê-lo algum dia com as crianças.

Que melhor ocasião do que o primeiro dia de primavera?
Mãos à obra para um "presente-não-comprado".

Material:
- 1vaso de barro, baixo e largo.
- Terra (100 % ecológica).
- Uma casinha (artesanato de Barcelos).
- Plantas muito pequeninas ( uma suculenta e outra?, que estavam no jardim).
- Gravilha.
- Um palito.
- Um pequeno rectângulo de cartolina.
- Ferramentas de jardinagem e luvas ( de adulto e criança, senão não tem graça!).

Encher o vaso de terra, colocar a casa ao fundo e transplantar as plantas, uma de cada lado da casa. Fazer um caminho, da borda do vaso até à entrada da casa, com a gravilha. Escrever na cartolina "Bem-vindo" ( porque a professora do Duarte tem um sorriso estampado no rosto que diz isso mesmo) e colar no palito, que se coloca à entrada do caminho.
Et voilá! Uma criança feliz, um jardim portátil para comemorar a Primavera, e festejar um aniversário.

Tenha uma óptima semana!
Posted by Picasa

segunda-feira, 15 de março de 2010

Como reduzir o consumo da carne

Aconteceu quando o Duarte tinha uns 3-4 anos; por ele adorar animais eu tinha o cuidado de colocar nas travessas a carne já partida, porém um dia pus na mesa um frango inteiro. Então, o meu filho, fez-me aquela pergunta fatídica e irritante que faz até hoje: -Mãe, o que vai ser o almoço? Ao que eu respondi inevitavelmente: “frango assado, com batatinhas, arroz a salada”, mas claro que ele  só ouviu “frango”, já estava paralisado a olhar para a ave.
-Nem penses que eu vou comer esse frango, que me faz lembrar os que andam a pé! Foi a resposta do Duarte.

Bom, até hoje sempre que as crianças reclamam da refeição vegetariana, eu arrumo o assunto dizendo:
-Para fazermos esta refeição não foi necessário matar nenhum animal! (Silencio: Nem mais uma queixa)

Há uns tempos, num almoço em que a minha mãe estava presente, eu servi-me de arroz, legumes salteados e um pequeníssimo panado de peru. Evidente que a minha mãe notou imediatamente no tamanho diminuto do meu panado e fez reparos, ao que eu lhe retorqui que estava a reduzir o consumo da carne. Claro que ela não compreendeu, nem eu estava à espera de tal, porém, espero sim que as minhas crianças compreendam e com o tempo aprendam.

Já escrevi antes que cá em casa introduzi uma refeição semanal vegetariana; estas mudanças nos hábitos alimentares fazem-se gradualmente, sobretudo quando as pessoas não estão nada muito interessadas nestas alterações. A chave está no reduzir até suprimir, aprendendo novos sabores em detrimento de outros adquiridos. E explicando que o planeta agradece um menor consumo de carne, além dos benefícios para a saúde.

Tenha uma boa semana!
(Este texto é a minha contribuição para a campanha do "Dia sem carne", 20 de Março, a convite da Luciana, do Germinando)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Gavetinha no Contador indo-português


Abria-a no Dia internacional da mulher - Bem sei que o tema é demasiado batido, no entanto é um tema tão tentador! Demais para deixar escapá-lo, pelo menos todos os anos. É que realmente há tanto para falar sobre o assunto, é assim uma espécie de contador indo-português, cheio de gavetinhas e compartimentos.

E desta feita abri a gaveta dos nomes. Sim… porque é que as mulheres ficam com os sobrenomes dos maridos, quando casam?!

Sei que é cultural, na Alemanha por exemplo é aceite pela pragmaticidade ; a família Schutz, a família Baumann… aliás, é assim que atendem o telefone, identificando rápida e sumariamente quem está no lado de lá da linha.
Uma amiga minha finlandesa optou pelo sobrenome do marido, e manteve-o mesmo divorciada, por ele ser croata e ela se tornar assim a única Anita B. de toda a Finlândia.

Em determinados países é opcional e não causa polémica, como por exemplo em Portugal. No entanto, noutros países supostamente modernos é tema de celeuma. Um caso específico, nos E.U. as mulheres podem optar, porém normalmente adoptam o sobrenome do marido. Aquelas que mantém o sobrenome de solteira não são compreendidas; acusam-nas de não amarem os maridos realmente, de não apostarem no casamento, etc.

O que eu sei é que no meu ADN está inscrito o meu sobrenome, aquilo que eu fui, sou e serei, de certeza absoluta.
No meu sobrenome está escrita a história da minha família e é essa que eu carrego.

No sobrenome do meu marido está a história dele e as nossas histórias vão encontrar-se nos nossos filhos. Somente a partir dai.

Pode não parecer, mas tenho para mim que a adopção do sobrenome do marido é uma espécie de apropriação da identidade da mulher. Um cortar com o passado, que efectivamente acarreta uma ideia primitiva e ancestral da passagem de propriedade de pai para marido. Não é isso que simboliza?!

Tenha uma óptima semana!

segunda-feira, 1 de março de 2010

«Casa sem gato nem cão é casa de velhaco ou ladrão»

Certa vez recebi um FW supostamente humorístico que listava uma série de características de como “homem macho” deveria ser; entre esses requisitos figurava o animal de estimação. Homem que é homem, segundo o anónimo autor, não gosta de gatos, muito menos tem gatos! Homem que é homem tem cão. Caniche nem pensar! Tem que ser cão de grande porte, tipo pastor alemão ou rottweiler. Confesso que tinha até uma certa piada.

O certo é que a maioria dos homens não gosta realmente de gatos! O meu filho aos 2 anos já sabia identificar a raça dos cães, e a 1ª revista que ele pediu para comprar foi uma especializada em caninos. Está bom de ver qual foi o 1º animal de estimação que  pediu, não?! Sem sucesso pois o pai não concordou, ao contrário de mim, que digo que sim ao cão, ao gato, ao coelho, ao pato e até ao pónei!

Portanto, quando a Letícia começou a pedir um gato, à falta de cão, todos pressionámos o pai, para que concordasse. Demorou, porém a perseverança da Letícia foi recompensada. Em seguida vieram os peixinhos vermelhos para o pequeno lago do jardim e um cágado, para o Duarte.

Na minha opinião uma família sem animal de estimação está incompleta. Além de que também acredito nos benefícios que os animais de estimação proporcionam ao crescimento e formação das crianças. E claro que os animais mais engraçados, que mais brincam, que mais inter-agem são sempre aqueles que dão mais trabalho, que mais sujam, mais causam estragos. Mas o gato nem tanto! Dotado de natureza independente, gosta de companhia  mas também aprecia que o deixem ficar tranquilo, e se isso não acontecer não hesita em mostrar o seu desagrado exibindo as garras. E usando-as! É um animal limpo, aprende muito depressa onde fica o seu W.C. e gosta de cama lavada. Aprende que não é tolerável arranhar cortinas, sofás e tapetes. Subir a armários e mesas então muito menos! É óptimo a aprender. Os meus filhos juram que o nosso (só porque isso aconteceu uma vez) sabe ligar o computador e abrir portas.

Porém, cada gato tem a sua personalidade; tenho ouvido histórias do arco-da-velha, gatos mal-humorados, que não gostam de crianças, que têm ciúme do dono, que comem tudo o que apanham à pata à mão, que fazem xixi propositadamente nos sítios mais inconvenientes, etc.

O Tobias, o nosso gato, possui uma natureza afável, é curioso e bom comunicador. Não poderíamos ter gato melhor e isso aconteceu, estou convencida, porque foi a Letícia que o escolheu da ninhada, lá na loja de animais. Creio que houve ali uma comunicação de alto nível, entre os dois no momento da escolha.

Desde os tempos mais antigos que o gato não deixa ninguém indiferente; no antigo Egipto era considerado sagrado, quando morriam eram mumificados e os seus donos rapavam as sobrancelhas, em sinal de luto. Trazido para a Europa depressa se popularizou como caçador de ratos. Porém na Idade Média foi perseguido, acusado de bruxaria e lançado à fogueira, como as bruxas. Mas já no século XVII havia quem dissesse: «casa sem gato nem cão é casa de velhaco ou ladrão».

Recordo um outro FW  exaltando os gatos; dizia por exemplo, que os gatos absorviam as energias negativas da casa que habitava, por isso eram muitas vezes excessivamente gordos. Absurdo? Sei lá…há quem acredite que as plantas fazem o mesmo! Porque não os gatos? Talvez afinal eles sejam os próprios feiticeiros!

O Tobias está ausente há 4 dias; a natureza nesta altura fala mais alto do que o frio e a fome! Fico sempre inquieta, mas ele regressa sempre.

Tenha uma óptima semana, que eu vou ali fora fazer uns miados ;)