segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mulheres podem fazer xixi de pé!

 

Detesto casas de banho públicas! Mas quem tem filhos pequenos sabe que logo que se saia de casa, a primeira coisa de que os pequenos se lembram é que têm vontade de fazer xixi! Portanto, a corrida para casa de banho mais próxima é sempre urgente, com a criança a correr aflita e apertando as pernas.
Por isso antes de sairmos relembramos sempre: - Ninguém quer fazer xixi agora?! Não? Vão lá fazer!
É mais ao menos assim.

Tudo porque as casas de banho públicas nem sempre estão limpas; então em férias é terrível, pois estações de serviço e casas de banho dos parques de estacionamento, podem mesmo  ficar muito sujas, devido ao grande  fluxo de utilizadores.

Contudo, agora com o inovador sistema Peewee (uma espécie de funil impermeabilizado), as mulheres também podem fazer xixi de pé, evitando assim esses sítios tão desagradáveis. Veja no link, como funciona.

Ora acontece que essa história dos homens fazerem xixi de pé já era uma coisa que me irritava imenso; acho uma falta de higiene. E sempre perguntei, sem obter resposta, porque não podem eles sentar-se?! É somente um hábito cultural, sentarem-se na sanita para fazer xixi,  não lhes retira nem uma miligrama de testosterona. Continuam a ser machos, caramba!
A sério, eu sou pela igualdade. Mas sentados.

Bom, quem pensar como eu, tem agora a alternativa: Se não os podemos vencer juntamo-nos a eles?!

Tenha uma óptima semana|

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vamos fazer como o hibisco?


Gosto imenso deste hibisco!
Nunca passo por ele com indiferença e não me canso de o contemplar. Tudo nele é perfeito, o formato das flores e das folhas e a cor, tão difícil de definir, no entanto um tom imensamente vibrante.Nunca oferece mais do que duas flores abertas, em simultâneo; como se nisso afirmasse: - Seria excessiva beleza, para vós, olhos que me observais.

Só há um aspecto menos bom no hibisco; o tempo de vida das suas flores.O botão desabrocha de manhã e à noite fecha, definitivamente. Depois caí.

Todavia, não é por isso que o hibisco pára de florir. Continua a desabrochar e continua a ser perfeito. Porque continua a valer a pena. E  ao observá-lo, penso: - Porque deixamos nós de fazer tantas coisas, com o pretexto de que não vale a pena?!

Há excepções. Um amigo nosso, sexagenário, começou a aprender Francês -sozinho-  há cerca de 4 meses; neste momento está a ler Balzac, no original.

Sabemos tão pouco...até as flores sabem mais do que nós.

Bom fim de semana!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A história deste quadro

 Frequentemente as pessoas espantam-se como conseguimos visitar tantos museus, com as nossas crianças.
- Eles não se saturam? Perguntam-me.

Não. Respondo eu, porque utilizamos uma estratégia muito eficiente. Cada quadro que observamos ou admiramos conta-nos uma história; seja de fundo religioso, mitológico ou histórico, interessa sempre aos nossos pequenos. De tal modo que eles se antecipam a mim, na procura de algum quadro que lhes espicace a curiosidade. E puxam-me pela mão, impacientes, perguntando: - Qual é a história deste quadro, mãe?

Encontrei este no Musée des Beaux Arts em Lyon; desde logo me chamou a atenção, afinal retrata um momento mitólogico-histórico de Portugal, pela mão de um pintor francês. Esta deve ser provavelmente a nossa mais famosa "história" no estrangeiro.

O príncipe D.Pedro era filho do rei D. Afonso IV e viria a tornar-se rei de Portugal. Casou com a castelhana D.Constança, que trouxera no seu séquito, como dama da companhia, uma nobre muito bonita, chamada Inês.  D.Pedro apaixona-se por ela e é (evidentemente) correspondido.

Abre parênteses: Como digo às minhas crianças, antigamente os casamentos dos reis eram feitos sem amor, eram contratos de aliança, com outros reinos, um negócio. Por isso, os príncipes se apaixonavam e tinham outras “namoradas” e às vezes filhos, com elas. Fecha parênteses.

Entretanto, D.Constança, convida Inês para madrinha do filho que tivera com D.Pedro, criando um laço de parentesco entre os dois, na expectativa de afastar os dois amantes. Porém, isso não aconteceu. O amor deles manteve-se. E aumentou, quando D.Constança morre de parto, e os dois amantes passam a viver juntos em Coimbra. Aí, numa existência idílica, nasceram os seus filhos: João, Dinis e Beatriz.

Ora D.Afonso IV ouvia dos conselheiros que o casamento entre o seu filho e D.Inês, poderia ser nefasto para o reino, uma vez que ela pertencia aos ambiciosos “Castros”, que de alguma forma poderiam pôr a independência de Portugal em perigo.
Finalmente, a 7 de Janeiro de  1355 o rei cedeu à vontade dos conselheiros, que queriam ver Inês morta, e numa altura em que D.Pedro partira para a caça, a amante do príncipe foi friamente degolada. Quando D. Pedro soube do acontecido, juntou nobres e povo, para fazer guerra ao rei, seu pai. Só não aconteceu porque a mãe, a rainha D.Beatriz, interveio.

Ao subir ao trono, D.Pedro, que não esquecera a tragédia de que ele e Inês foram vitimas, vingou-se dos responsáveis, mandando-os matar, com detalhes que poderá ler aqui. Por isso ficou na história como o “ o Justiceiro” para uns, e “ o Cruel”, para outros.

Em 1360, o rei, que entretanto dissera que ele e Inês se tinham casado em sigilo,  mandou construir dois túmulos no Mosteiro de Alcobaça, um para ele, outra para D.Inês e mandou transladar os restos mortais da "rainha", de Coimbra, para lá.

Diz a lenda que o rei fez coroar D.Inês depois de morta, e obrigou a nobreza a beijar-lhe a mão.
A história divulgou-se entre o povo, inspirou poetas ( até o grande Camões a cantou nos Lusíadas: “mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha...”), e passou além fronteiras, inspirando peças de teatro, óperas, bailados, romances e quadros. Como este aqui, de Pierre-Charles Comte em 1849.

Esta é a história deste quadro.

Até breve!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Felizmente, hoje está a chover!


(Campos junto à floresta, na Republica Checa)

Ainda em Espanha, a uns 100 kms de Portugal, encontramos a atmosfera bastante enublada; pensamos que fosse aquela neblina característica de mudança de tempo. Depois começamos a sentir o cheiro de fumo e ao entrar em Portugal deparamo-nos com os primeiros montes queimados.

Ainda saía fumo do solo, e aquele panorama negro, que pouco antes fora verde, deu-me uma enorme vontade de chorar. Que imensa tristeza, entrar no meu país e ver a desolação que o fogo criminoso causara.

Lembro-me das vidas terminadas precoce e tragicamente com estes fogos; insectos como as formigas, grilos e cigarras, lebres e aves, muitas nos ninhos ainda, sem saberem voar. Das casas queimadas, do gado e de pessoas. Dos bombeiros, que para mim são os verdadeiros heróis.

Percorremos cerca de 7000 kms nestas férias e vimos o “verde” na França, Alemanha e República Checa, em toda a sua exuberância. Lá não fazem limpezas das matas, nem das florestas. Contudo, as extensões destas são incomparavelmente superiores às portuguesas. E não acontecem fogos.

O verdadeiro problema não está na limpeza das matas; mas sim, na incompetência da justiça. Se a Justiça portuguesa funcionasse eficazmente o número de incêndios não aumentaria de ano para ano. Enquanto e Polícia prender os incendiários e os Tribunais os libertarem, os fogos de causa criminosa continuarão.

Felizmente, hoje está a chover! Graças a Deus.

Até breve.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aqui nasceu Saint -Exupéry. Regresso a Lyon

E voltamos à cidade onde nasceu Saint Exupéry, o autor do "Principezinho". Infelizmente, pas de Musée!

Contudo, uma visita ao Museu das miniaturas e cenários de cinema tinha sido prometida às crianças, para a nossa segunda etapa aqui em Lyon. Eles adoraram e eu também gostei imenso; para além das miniaturas, podemos ver imensos adereços utilizados em montes de filmes conhecidos por todos nós, e até cenários completos do filme “O perfume”, pois foi aqui filmado. Aconselho! Je m’excuse, pas des photos!

Em Lyon os restaurantes típicos chamam-se “bouchon” a comida caracteriza-se por ser…pesada, digamos; fomos então ao Buchon Lyonnais “Chabert et Fils”, rue Marronniers nr 11, onde aliás há vários destes restaurantes. Não recomendo as sobremesas, mas os pratos principais estavam óptimos.
Não resisti ao Museu das Belas Artes de Lyon e fui visitá-lo, mais uma vez. Prefiro este museu a muitos dos “grandes”, como o Prado, por exemplo. É fantástico! Foi bom ver a presença portuguesa com Vieira da Silva, embora os meus preferidos sejam os renascentistas flamengos e italianos.

Revi o meu quadro preferido, por Louis Janmot, “Fleur des champs”, 1845. Enfim, um dos meus preferidos.
 E sentamo-nos, alegremente, no terraço a beber “une boisson”.

Até breve!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cruzeiro no Reno


Nós simplesmente adoramos a Alemanha, e quando cá voltamos, e conhecemos mais um pouco deste belíssimo país ficamos ainda mais apaixonados. Desde as casas, com as suas janelas floridas às cidades, com os seus edifícios antigos de 600 anos, nos deixam a impressão de que toda a vida teremos algo para descobrir e admirar neste país.
É impressionante a vida do rio Reno; a quantidade de pequenos e grandes barcos, de passageiros e mercadorias, nacionais e estrangeiros e subir e descer o Reno, é algo realmente extraordinário. Tanto, que este rio é conhecido como "Pai Reno", pela ideia de provedor que a figura paterna dá.

Perto de Mainz, existe uma pequena cidade onde se passa um dia inesquecível - Rudesheim- Vou dar as dicas:  primeiro passear pela cidade para nos ambientarmos e tirarmos fotos. Depois entrar na Kathe Wohlfahrt, loja que tem decoração de Natal todo o ano. Objectos em madeira, feitos à mão, Made in Germany ( não vamos falar de preços, ok?), podemos só ver. Se resistirmos.  De seguida compram-se os bilhetes para o teleférico, onde vamos dois a dois. Saímos lá em cima, na floresta e vamos admirar a gigantesca estátua da Germania. Fazemos um trilho, pelo meio da floresta, durante cerca de uma hora, na qual vamos admirando a paisagem sobre o Reno e tirando fotos. Paramos para fazer um piquenique ao almoço: salada de batata, salsichas e pão. Delicioso!

Tomamos café ( tão diferente do nosso, mas vale pelo sítio), no Hotel. Vamos fazer festinhas aos veados e tirar mais fotos.

Descemos no outro teleférico, junto ao Hotel, muito mais interessante, pela descida acentuada e cadeira menos protegida e chegamos a Assmannshausen.

Apanhamos o barco, para fazer um pequeno cruzeiro, de cerca de uma hora, no Reno, no caminho inverso e voltarmos ao ponto de partida, pelo rio. Vamos admirando a paisagem, tirando fotos e descobrindo os castelos.

Entre Mainz e Koblenz, em cerca de 70 kms de distancia, há entre 60 a 70 castelos, numa média de castelo por km. Uns em ruínas, outros habitados, como o Rheinstein, o castelo romântico, que visitamos, cujos últimos proprietários aí viveram durante 30 anos e só recentemente o deixaram.
Impressionante, não?!

Ah, não esquecer: fazer acompanhar-se por amigos alemães, esses que tornaram o dia verdadeiramente inesquecível!

Até breve!

Nota: Chegamos a casa ontem à noite, e ainda só tive tempo para ler os comentários; re-publiquei este post, pois tinha sido apagado  ( a Marisa chamou-me à atenção) por engano. Vir aqui durante as férias foi um pouco complicado, mas queria muito partilhar as minhas impressões.
Até breve e obrigada por me acompanharem ;)

sábado, 14 de agosto de 2010

Familie Binzel: um segredo revelado!

Imaginar-me viajar para um país e ficar num hotel, ou resort, onde nem precisasse de sair porque tinha tudo ali, muitas vezes sem sequer necessitar falar outra língua, e ouvir apenas falar a nossa língua por outros hóspedes, dá-me vontade de desatar a fugir. Gostos são gostos.

Os meus compatriotas que me perdoem, porém em época de férias necessito de férias até da língua portuguesa. Portanto, poder falar três línguas nestas férias, a um ponto em que já só pensava em inglês, foi muito bom. Novamente, gostos são gostos.

Penso que já disse aqui antes que um dos pontos altos das nossas viagens são os encontros com familiares e amigos.

Para além de passar tempo com pessoas que nos são muito queridas, são eles que nos colocam nas pistas do que há a ver, visitar e comer, fora das rotas turísticas. E esses são sempre os nossos momentos preferidos.

Na véspera de partirmos de Mainz, os nossos amigos alemães, levaram-nos a jantar a um sítio muito especial e típico. Durante o verão, os produtores de vinho têm uma licença especial para transformarem as suas casas em restaurantes sazonais. Aí servem comida tradicional caseira e os vinhos que produzem, podendo assim vender os seus vinhos directamente.

Neste caso estivemos algures num aldeia, na casa da Familie Binzel, em Hanheim, Christiansof frequentada apenas por alemães e cuja localização somente o GPS lhe dará. Fica a cerca de 40 kms de Mainz. Se planeia vir a esta cidade, no verão, guarde cuidadosamente esta dica, que é preciosa.

Já agora outra: eu bebi um vinho tinto maravilhoso, curiosamente chama-se spatburgunder-portugieser rosée. Siga o meu conselho;)

Até breve!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sim, Praga é linda. Mas prefiro a Checoslováquia

-Praga é uma cidade linda, Praga é linda, Praga é uma cidade excepcional, blá, blá, blá blá….Foi sempre isto o que ouvi de toda a gente, e então o que acontece? Que Praga ficou um pouco aquém das minhas expectativas. Não que não seja uma cidade linda, e que não mereça ser visitada, porque merece. E é linda.  Mas porque ouvi tantos elogios inconscientemente imaginei algo maior. E também porque já vi outras cidades realmente extraordinárias.

Praga é conhecida pela “Paris de Leste”, talvez pelas pontes sobre o rio Moldava, e pela cidade das Torres, sim são muitas e bastante antigas. Para um país ex-comunista possui imensos monumentos centenários e muito bem conservados. Porém, este é mais um caso, em que eu prefiro o país à capital.

Dicas…se vai a Praga não deixe de visitar outras cidades pequenas, mas lindas, património da Humanidade como Tecl (pronuncia-se Telche) e Trevic ( Trebiche). Pela estrada nacional vai percorrer campos cultivados, ver alminhas no meio de nenhures, e descobrir aldeias 100% rurais - a verdadeira República Checa.

Experimente a gastronomia, deliciosamente temperada com ervas aromáticas, mas evite os restaurantes dos pontos turísticos (pagamos o mesmo gelado de 10 a 80 coroas) e procure os restaurantes frequentados pelos locais.

Beba cerveja checa todos os dias; saborosa e fresca por todo o lado. Aconselho muito Bernard e Lobkowicz.

Quer um apartamento bem localizado? Jecna residence, é o sítio; cinco estrelas, em todos os aspectos.

De tudo o que vi e ouvi em Praga, do que mais gostei? Do concerto no Národí Muzeum (Museu Nacional); o reportório era popular (Vivaldi, Bach, Mozart e o grande compositor checo Dvorák, claro), e eu adorei. Naquele momento voltei a acreditar na humanidade e que o Mundo ainda podia ser um lugar bom para viver.
Portanto, não perca, um concerto em Praga, para viver momentos de pura magia. Há todos os dias, em vários locais históricos.

Até breve!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ceska Posta - Postais a caminho!

Os correios de Praga ficam num edifício maravilhoso, mas não permitem fotografar (a propósito, isto depende da vontade de quem? Parece tão arbitrário!), e não há filas para comprar os selos.

Mas quem é que hoje em dia ainda envia cartas e postais? Telemóvel e email são muito mais práticos, rápidos e menos onerosos. Porém, não possuem o encanto de um postal na caixa do correio. Nisso todos concordamos, não é?

A funcionária pareceu maravilhada ao ver tantos postais, da sua cidade, a ser enviados para vários países do Mundo. Achei que aquela cena já não lhe é tão familiar como foi no passado.

Espero que a Ceska Posta trate bem os nossos postais e os entregue rapidamente aos queridos destinatários. Gente: Eles vão a caminho!

Até breve!