quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Muros para quê?

Jardins contíguos, em urbanização alemã
Ou será que deveria antes perguntar, porquê?
Está certo, vamos rebobinar a fita e recapitular, porque ainda ninguém viu esta cassete.
Sabe aqueles jardins que se vê nos filmes norte-americanos, em frente das casas, com relva e um pequeno passeio? E a casa do vizinho mesmo ali ao lado, igualzinha com relva e passeio, e nada de muro entre elas? É disso que falo.

Dizem que nós, como povo latino, somos muito calorosos e hospitaleiros, no entanto aquilo que eu vejo nada tem de amistoso e caloroso, pois altos muros a rodear as casas, quando a única coisa que se vê, vislumbra, destas, é o telhado, diz o quê a respeito dos seus proprietários?
Que são famosos e não querem ser identificados?
Que são multimilionários e não querem ser descobertos?
Que são estrelas do cinema mudo e não querem que os vejamos envelhecidos?!
Que sofrem de uma espécie de transtorno hollywoodiano?!

Não, são meros cidadãos Que querem proteger as suas casas de olhares exteriores.  Porque não constroem antes casas subterrâneas? Seria muito mais eficaz. E ainda poderiam plantar cebolas, por cima.

Incoerentemente, os alemães, que sofrem injustamente, digo eu, da preconceituosa ideia generalizada, de que são frios e antipáticos, vivem em casas  separadas somente pelos jardins. Nalgumas casas, onde há crianças pequenas, por vezes existem redes, noutras há sebes baixas, mas regra geral não há muros! E todos respeitam o jardim, ou o quintal do vizinho. Frios, os alemães?! Só quem não os conhece.

Tanto rebuliço com a queda do muro de Berlim, lá longe, e andam por aqui a construir mais versões, quando não há razão para tal.

Se as casas são bonitas, exibam-nas! Se são feias…tapem-nas com sebes. O verde dos arbustos é muito mais bonito, e ecológico.

Até breve!