segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Cabana

Não gosto de livros que estejam no top dos mais vendidos. Nem de livros escritos por autores de best-sellers consecutivos. Nem sequer de livros que toda a gente esteja a ler. Preconceito? Talvez, mas é mesmo assim. Por isso, quando há cerca de um ou dois anos, todos andavam a ler A Cabana, o meu interesse esmoreceu. Contudo, como a opinião geral era consensual, como sendo um bom livro, acabei por lê-lo. Quando já ninguém mais o fazia, claro.

Para variar das opiniões gerais, não gostei do livro.
Aviso: se ainda não leu A Cabana, mas pretende fazê-lo, salte o próximo parágrafo, para não estragar a surpresa do argumento.

Tudo acontece quando Mack, pai de 3 crianças pequenas, vai acampar num fim-de-semana, com os filhos. Enquanto ele socorria os dois filhos mais velhos que tinham caído da canoa no lago, a filhinha mais nova era raptada. Sendo quase de seguida assassinada por um serial killer.
A família tenta sobreviver a esta tragédia, cada um à sua maneira, mas Mack estava a tornar-se na sombra de um ser humano. Então, recebe um bilhete de Deus, convidando-o a encontrar-se com Ele, na tal cabana, onde a filhinha tinha sido assassinada. Ele vai, e entra numa outra dimensão, deparando-se aí com a Santíssima Trindade; Deus, como uma mulher negra, Jesus, como ele próprio tal como o conhecemos imaginamos,  e o Espírito Santo na forma de uma mulher etérea asiática.
Nesse fim-de-semana, Mack, espanta-se, conversa, questiona, chora, revolta-se, aprende e conforma-se. Ou aceita.

Porque é que não gostei? Primeiro, porque achei a concepção de Deus e da Santíssima Trindade muito pessoal. Não me identifiquei. Não empatizei. Acho que cada um de nós tem uma ideia, sobre essa inteligência superior a que chamamos Deus, e a minha não é essa. Um Deus que cozinha? Que ideia tão...terrena! Que cozinha carne?! Anedota de mau gosto. Deus criado à nossa imagem é no mínimo, algo controverso. Para não dizer perverso.

Segundo, porque acho muito primário que se atribua a responsabilidade a Deus, de tudo o que de mal acontece no mundo, de tudo o que de ruim nos acontece. Nós temos livre arbítrio, que nos serve os propósitos quando as coisas correm bem, mas tendemos a responsabilizar Deus quando as coisas correm para o torto. Básico.

Terceiro, porque não aprendi nada com este livro. Não achei que o tempo gasto na sua leitura fosse de alguma forma profícuo. Só levei a leitura até ao final porque sou uma leitora obstinada, e muito raramente abandono um livro. Exceto quando é mesmo intragável, o que também não é o caso.

Portanto, se alguém me quiser dizer porque gostou do livro, vou adorar saber; pode ser que alguma coisa me tenha escapado, não é?!

Tenha uma ótima semana!