segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Guimarães, capital europeia da cultura 2012

Foi no sábado à noite, e juro que gostaria muito de dizer bem de tudo o que vi e ouvi, mas não vai ser exatamente assim.

Se pelo menos eu não tivesse ido a Lyon, à Festa das Luzes, não teria ponto de comparação, mas uma vez que tenho conhecimento de como as coisas por lá se fazem, e organizam, a minha opinião é outra. Bem sei que comparativamente, Guimarães é uma cidade muito pequena, mas é tudo proporcional; enquanto em Lyon os visitantes, de 5ªfeira a domingo, foram estimados em milhão e meio, o mesmo número se aplica a Guimarães, para todo o ano.

O espetáculo de abertura, apresentado no Toural, centro da cidade, foi da autoria do grupo teatral catalão La Fura dels Baus; as gigantescas personagens eram um Cavalo e um Homem articulados, representando o primeiro a força e fidelidade, e o segundo a Europa.

Infelizmente, apesar de estar no exato local, para vermos o espetáculo ao vivo, não fomos bem sucedidos, devido ao grande número de espetadores, e ao fato de grande parte do espetáculo se passar no chão. Havia projeção de luzes e imagens nas paredes dos prédios circundantes, usadas como telas de projeção,  visíveis para quem estivesse a meio da praça,  mas da "ação do cavalo e homem gigantes" nada se via, ou muito pouco.
Exceto, para quem quisesse assistir através dos ecrãs gigantes, colocados nas proximidades do Toural, mas convenhamos, era bastante estranho estar a ver o espetáculo num ecrã, quando estava a ser exibido a 100 mt do local!

Já que estavam lá as duas gruas gigantes para deslocar e levantar os bonecos, o suposto palco do espetaculo poderia ser suspenso, no ar mesmo, de forma a que todos os espetadores presentes o conseguissem ver. E não apenas meia dúzia de privilegiados que tiveram acesso a varandas, em frente a esta "tela". 
Se viu o espetáculo em casa, viu com certeza muito mais e melhor do que eu. Ignoro o que o comentador explicou sobre a simbologia do mesmo, que para mim não é a versão oficial; detesto quando me dizem como interpretar arte! Vi o homem como D.Afonso Henriques, e representante de todos os guerreiros lusitanos que sonharam a nação, e o cavalo como símbolo da conquista do território portucalense.Foi a partir daqui que tudo começou!

A minha segunda "reclamação" prende-se com a organização de acesso ao Toural. Para quem não conhece, é uma praça pequena, com sete ruas adjacentes penso que se elas estivessem divididas em ruas de único sentido - e para tal seria necessário que agentes policiais lá estivessem para encaminhar as pessoas- os peões teriam transitado mais eficientemente. Haveria uma rotação sem colisão de pessoas.
O Toural ficou apinhado, e foi muito difícil circular, entrar e sair de lá. 

Talvez as autoridades da cidade, e organizadores, não estivessem à espera de tanta afluência. Contudo, em termos de visitantes foi indubitável que  a CEC começou de forma muito promissora.

De resto, a cidade é maravilhosa, e merece sem dúvida ser visitada, creio até que todos os portugueses a deveriam visitar; espero que esta oportunidade seja um pretexto para o fazer. 
A seu tempo publicarei mais sobre a cidade, programas (cerca de 600), e tudo o que me parecer pertinente. 
Se não viu o espetáculo, veja aqui: 

Tenha uma ótima semana!