terça-feira, 5 de maio de 2015

O que andam eles a fazer com o telemóvel?

Manter os computadores em áreas da casa comuns, sempre me pareceu uma boa dica para controlar o que as crianças vêm e jogam. Porém, com os tablets e os smarthphones, permitindo o acesso à internet, essa estratégia deixou de ter tanta importância. 
Em qualquer canto da casa se sentam, escrevem, tiram fotos, escolhem emoticons e enviam. E como os aparelhos lhes estão praticamente colados às mãos, esta actividade tornou-se corriqueira. Enquanto pais, acho que já nem damos conta dos sons que os telemóveis emitem com a chegada de mais uma mensagem. Mas eles sim, apressando-se a responder à ultima solicitação.

Quero acreditar que na maior parte das vezes não passa de conversa inconsequente, contudo as modas cibernéticas estão em permanente mutação, e por isso o nosso radar de alerta deve estar sempre ligado. 
Por exemplo, "sexting" é uma nova moda  que parece estar a popularizar-se entre os adolescentes. Formada por "sex+ting" ( sexo+envio de texto) consiste em escrever sobre sexo, incluindo imagens. Uma forma dos adolescentes namorarem, ou seduzirem, empurrando os limites numa atitude típica da idade. O que frequentemente ignoram são as consequências desses actos. Julgando manter "conversas" privadas, os adolescentes cometem o erro de se exporem em poses eróticas, que rapidamente podem ser repassadas para outras pessoas e cair na net, onde poderão ser utilizadas por redes ligadas à pedofilia, por exemplo.  

No entanto, basta as imagens circularem entre os pares, colegas da escola, por regra, para que o adolescente em questão ( parece que o fenómeno é transversal ao género), se torne vitima de bullying. E a vida muda radicalmente, exigindo reparo psicológico e judicial, numa longa caminhada de sofrimento até que a volta à normalidade seja reposta. E será que é, na totalidade? Ficam sempre marcas. 

Portanto, mais do que vigiar, penso que o mais importante seja  conversar com os filhos. Frequentemente. Mostrar-lhes exemplos de quem cometeu esses erros, e fazer-lhes ver as consequências que sofreram.
Se há coisa em que eu acredito na educação, é no diálogo. E digo "diálogo" enfaticamente, porque há quem o confunda com monólogo, e já se sabe que esse discurso é daqueles que entra por um ouvido e sai pelo outro.

Para que a mensagem passe e seja retida, não basta falar uma vez, temos que repetir constantemente. E se por isso nos chamam "chatos" não devemos desanimar; dizem os psicólogos que os "pais chatos" são os que estão a fazer um bom trabalho! 

Fontes:
Uknowkids
Aleteia