quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Um dia no Museu

Musée des Beux-Arts de Lyon, Foto de Letícia
Ainda hei-de passar um dia inteiro num museu de Belas Artes. Estarei lá à hora de abertura, sem me preocupar com almoço e lanche, sem olhar para o relógio, saindo apenas quando o museu encerrar portas. 

Ninguém me acompanhará, nem combinarei hora e lugar para visitar seja o que for nesse dia.

Irei parar o tempo que quiser a admirar telas, sem ninguém a apressar-me. Voltarei para trás as vezes que entender. Sentar-me-ei num banco sem pressa, a contemplar, a devanear e a tirar notas, se o entender. 

E se por um feliz acaso, encontrar o mesmo velhinho, que discutia El Greco diante de uma tela deste pintor e da qual se afastava relutante, voltando uma e outra vez, com um acompanhante enfastiado, vou perguntar-lhe. 
Vou perder a minha reserva natural, e aquela que a boa educação me deu, e perguntar-lhe directamente o que vê de tão fascinante naquela tela.

Não sou exigente, sobre a sua localização, pode ser em Paris, Londres, Florença ou Amsterdam. Ou Lyon, pela 4ª vez. Mas desta vez, serei apenas eu. E isto não é ingratidão para quem teve paciência de me acompanhar repetidas vezes. É somente um grande capricho meu.