quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Dicas de documentários

 
Via

Ultimamente tenho visto sobretudo documentários, tenho alguns gravados há semanas, meses, que aguardo ansiosa para ver. Entretanto, vou deixar algumas dicas para que possam ir ainda buscá-los, se por acaso algum vos despertar interesse. São exibidos pela RTP2 e TVcine2.

Bright Lights
Este documenta a vida de Carrie Fisher e Debbie Reynolds, que foram notícia no principio do ano, por terem falecido uma a seguir à outra, no espaço de uma semana, sendo filha e mãe. Ficamos a conhecer as vidas destas célebres actrizes, e a compreender a forte dinâmica entre ambas, e a entender a morte da segunda.

Nada por dizer
Apresenta a vida interessante de Gloria Vanderbilt, de rica herdeira a actriz, estilista, empresária e artista. E também mãe do apresentador de t.v. Anderson Cooper, que dirige o documentário. 

Sicko
O polémico produtor norte-americano Michael Moore debruça a sua atenção sobre a saúde nos E.U.A. , conduzindo-nos pelos meandros da sociedade e política. Revela-nos uma situação no quadro da saúde absolutamente inacreditável, de tão má que é. Custa a crer que naquele país, tido como indubitavelmente rico e evoluído, exemplo de modernidade e terra de oportunidades, a saúde seja pior do que a de muitos países do 3º mundo. Um pesadelo.

E agora invadimos o quê?
Novamente Michael Moore, questiona o modus operandi do governo norte-americano, encontrando em vários países europeus, que visita, formas de fazer e estar, em diversas áreas da vida, bem sucedidas, que poderiam ser implementadas no seu país.

Os segredos da Colmeia
O meu interesse pelas abelhas é conhecido, adoro este insecto. Tudo o que lhes diz respeito me fascina. Portanto, há 20.000 espécies de abelhas no mundo, e muitos segredos a desvendar. Estas grandes polinizadoras merecem ser mais conhecidas, para serem mais respeitadas. As colmeias em colapso, milhões de abelhas dizimadas, sem sabermos porquê deveria alarmar-nos, elas são-nos vitais.

Mulheres do mundo
Neste  documentário que  possui 10 episódios, ficamos a conhecer a vida de 10 mulheres, espalhadas por regiões remotas do nosso planeta. Vivem ainda de acordo com as tradições seculares das suas culturas, o que torna estes documentários realmente fascinantes. Sociedades matriarcais e casamentos poliândricos são comuns por estas paragens, longínquas entre si.

Amanhã
Ganhou como melhor documentário dos prémios César, e percebe-se porquê. Os produtores  procuraram pelo mundo, pessoas, ideias, novas formas de fazer nas áreas do ambiente, ecologia, educação, agricultura e indústria, que revertam a tendência destrutiva do nosso modus vivendi. E as ideias boas são muitas, e a prova de que resultam é que já estão a ser implementadas com sucesso. É apenas necessário que se expandam massivamente, para que um Amanhã com esperança seja possível.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Férias na Toscânia


Temos evitado as férias em Agosto há anos; as filas em todo o lado, a lotação esgotada, os preços mais altos desanimam-nos à partida, porém este ano teve mesmo que ser. Pensando que a data seria a menos ideal, não nos ocorreu que a meteorologia se associaria aos inconvenientes da época mais alta. Portanto, fomos apanhados em cheio por uma onda de calor que varreu Itália e nos deixou a modos que atordoados. Temperaturas acima dos 42º são imensamente condicionadoras ( 38ºàs 20h!) e muito capazes de nos destruir a motivação para caminhar pelas ruas, e visitar monumentos e museus. É que estes, são na sua maioria desprovidos de ar-condicionado, e nestas condições o ar fresco é praticamente imperativo. Entre o apartamento e carro que alugamos, encontrávamos uma espécie de oásis, além destes, sofremos imenso com o calor! As bebidas frescas não tinham tempo de se refrescarem nos cafés, bares e supermercados, por isso tínhamos que nos precaver, levando-as de casa. Felizmente, estávamos no melhor país do mundo para comer gelados! E por sorte, fomos encontrando as melhores geladarias possíveis, pelo menos assim nos pareceu. Tivemos a impressão de sermos sustentados a água fresca, melancia e gelados; uma dieta peculiar.
 
Visitamos a Itália pela primeira vez há cerca de 18 anos, e portanto, Roma, o Vaticano, e outras cidades ficaram de fora, desta vez. Fizemos de Bolonha a nossa base; uma cidade pouco turística, porém geograficamente bem localizada. E isto do pouco turístico é relativo, há imensos turistas, a maioria italianos, mas também estrangeiros por todo o lado. De qualquer forma, para além das grandes cidades e autênticas pérolas que visitamos, como Florença e Veneza, o nosso interesse voltou-se para as pequenas cidades, onde os turistas italianos se passeiam, como Ferrara, Carrara, Ravenna, Modena e Ímmola. São destinos absolutamente fantásticos, onde reina ainda uma atmosfera genuinamente italiana. Há sempre o que ver, o que admirar. O que Itália tem de bom é ter esta oferta imensa por todo o lado, de monumentos, museus, arquitectura, ruelas, pontes, etc.

De Bolonha ficamos com a impressão de ser uma cidade seca e quente( é assim considerada habitualmente), não se encontrando árvores, vegetação, canteiros de flores, lagos ou fontes, dá ainda mais a impressão de ser árida. Isso fez-me imensa impressão. Como comprovativo do calor excessivo, a minha máquina fotográfica "derreteu" logo no primeiro dia, e as fotos de Bolonha foram-se. 
São famosas as "Due torri" no centro da cidade, muito próximas e visivelmente inclinadas ( 3 mt, dizia o Guia Michelin), a Fonte de Neptuno ( coberta para restauro), a Piazza Magiori ( onde à noite há cinema com lotação esgotada), a basílica de san Petrónio, a Biblioteca, a igreja de San Domenico e o Museu de Arte Antiga. Os melhores gelados são os da Sorbeteria Castiglione, e o sabor típico é crema bolognese. Divinal!



Os melhores gelados em Veneza? La Mela verde!

Ao contrário do que me têm dito há anos, Veneza não cheira mal no Verão, nem está assim tão "entupida" de turistas que não se possa andar por lá. Tem imensos turistas, é verdade, mas a circulação faz-se razoavelmente bem, o pior mesmo são as filas para visitar os monumentos; nesta época, passar um dia em Veneza é apenas para exterior. As visitas interiores são para esquecer. Aliás, o mesmo acontece em Florença, só conseguimos visitar o Palazzo Medici Riccardi, e Deo gratias!
Apesar disso, as crianças venezianas brincam nas ruas, jogam à bola entre as pernas dos turistas, o que me fez imensa impressão, por aquilo que é para mim falta de segurança. Muitos empresários da restauração, por outro lado, não se coíbem de fechar portas para férias no pico da estação alta, quase que aposto, fugindo à invasão das massas. Não ganham dinheiro, mas querem lá saber! Têm paz. Aliás, isto acontece por todo o pais, fecham os negócios e partem alegremente de férias, como toda a gente.
De resto, quem não gostar de Veneza, não gosta de nada no mundo! Veneza é qualquer coisa de assombroso, é mágica. É aquela cidade aonde tem que se ir, pelo menos uma vez na vida.

Desta vez fizemos as férias em família, o Duarte também se juntou a nós, embora já tenha prevenido que para o ano não irá. A não ser que seja para Nova York. E oxalá que não seja, diz ele. Só para poder ficar. 

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Eu também penso neles...

via

Fui pôr o saco do lixo na rua, e o tritinado de um grilo chamou-me a atenção; estaria no quintal do outro lado da estrada? Mas o som era tão alto que me parecia mais próximo. Curiosa, fui-me aproximando da origem, e mal dei dois passos, ainda perto da soleira da minha porta, encontrei-o. O grilo estava alojado num minúsculo buraco do alcatrão recentemente colocado, e mal colocado, junto ao passeio. Perplexa, indaguei-me como teria ele aí ido parar, de que se alimentaria? 
Lamentei a sorte do grilo naturalmente cantador. Enfiado num buraco negro, rugoso e pestilento ao invés do seu habitat natural, terra fresca com odores a ervas e flores silvestres. Perto do seu alimento. Longe dos bichinhos que habitam a terra como ele, e debaixo da iminente ameaça dos carros e pés humanos. 
Especulo se este grilo escolheu o exílio, a natureza deixou de ser lugar seguro para o reino animal. E a fumaça, sobre as colinas que nos rodeiam, lembra-me que já nem aonde vivem humanos o refugio está garantido. Mas será talvez aqui o último abrigo. Eu sei que para o grilo este asilo tem os dias contados. E é triste.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Destinos paradisíacos? 😶




Há uns tempos eram notícias festas privadas de adolescentes, que de repente tomavam dimensões gigantescas, e descontroladas por terem sido divulgadas nas redes sociais. Os convidados apareciam às centenas, milhares. Parece que o fenómeno desapareceu, alguém aprendeu a lição ou a notícia deixou de ter impacto. Porém, surgem agora notícias semelhantes, não relativas a festas, mas a locais específicos, caracterizados por paisagens excepcionais, águas cristalinas, vegetação tropical, ou arquitectura consensualmente bela, que da noite para o dia passam de segredos locais, a destinos das massas. 

De cada vez que no meu feed do FB surgiam fotografias extraordinárias, deste tipo de local, partilhadas por sites temáticos, ou pelos meus amigos, eu temia que fosse este o resultado. Pois então, aconteceu numa localidade em Itália, um pequeno vídeo bastou para promover a invasão descontrolada. A população não se queixa das pessoas, queixa-se do comportamento das mesmas. 

Pode ser esse um caso de maiores proporções, porém neste Verão já senti a invasão dos turistas num local da natureza, que frequento como se sagrado fosse, e vi o rasto deixado por aqueles que vão à caça da selfie, do momento passageiro, do banho fresco e bronzeado moderno, dando como moeda de troca as beatas, a garrafa de cerveja esquecida, as sacas plásticas voadoras.
Isto não é de gente que gosta da natureza. Não é de gente que aprecia o silêncio, a tranquilidade. Isto é apenas de gente que tem conta nas redes sociais, e aí encontra dicas de sítios a visitar, e aí publica as fotos para os outros porem likes

Recentemente li a entrevista a uma certa actriz portuguesa, na qual à pergunta sobre a sua praia favorita, ela respondeu: "Isso é segredo; mas também frequento tal e tal." Adorei a resposta. É assim mesmo que todos devemos proceder; guardemos os nossos locais favoritos como segredos, não é inveja, é preservação. É cuidado para com esses locais; é respeito por esses sítios, pelas criaturas e pessoas que aí habitam.
A verdade é que o mundo não está preparado para estes paraísos.